Parece uma obviedade o que vou falar, mas existe um
tratamento especial com o réveillon. É como se as pessoas se preparassem para um
ritual de passagem que permitisse fazer com que, num único dia, começassem a acreditar
que algo novo virá. Uma renovação das esperanças de que o próximo ano será, no
mínimo, melhor do que passou.
Tenho um olhar um pouco diferente a respeito do réveillon e penso
que talvez mais pessoas tenham sensações parecidas quando o assunto é “ter um
ano melhor”. Ancestralmente, datas existem para marcar acontecimentos. O Natal
marca o nascimento de Jesus (ainda que muitos contestem que ele tenha nascido
nessa data). O carnaval marca um momento de folia, desprendimento,
despreocupação. Aniversários marcam uma data nova no calendário de cada um e também
traz essa perspectiva de algo novo.
Marcar datas muitas vezes é legal porque, geralmente, vem
acompanhadas de celebrações e celebrar é algo quase divino. É aquele momento em
que se compartilha a alegria. Mas, o que isso tem a ver com o ano novo?
Bom,
o réveillon também é aquele momento simbolizado por festa e muitas intenções de
mudanças. Acredita-se que terá mais dinheiro, talvez outro namorado ou ainda uma
carreira nova. E, claro, não há nenhum problema em se pensar nisso. Mas, há
alguns anos observo que o réveillon não tem o mesmo sentido para mim do que
para as pessoas, de modo geral. Comecei a entender que ficava muito mais feliz
com pequenas situações que conseguia resolver no meu dia a dia do que o réveillon
em si. E que havia parado de fazer promessas que não poderia cumprir.
E, então, entendi que tinha a mesma alegria de rever os
amigos que moram em outra cidade (e que vejo só de vez em quando) que as festas
que participava na passagem de ano. Uma alegria renovadora. Entendi também que
passei a ter mais esperança quando superava obstáculos que pareciam
intangíveis. Entendi que iniciava um ano novo quando conseguia mudar crenças
enraizadas dentro de mim. Isso sim proporcionava uma enorme sensação de ano novo
porque trazia a certeza de que é possível de mudar até mesmo àquelas coisas mais difíceis
em si. Comecei a entender que meu ano começava quando eu vencia medos, assumia
riscos, quando conhecia novos amigos. Meu ano começava quando conseguia
enxergar não mais mudanças externas, mas todo aquele conjunto de ações que me
levaram a ser o que hoje eu sou. Pelo menos para mim, isso é o ano novo. É o se
permitir refazer dentro de seus propósitos, é se ouvir sem medo, se orgulhar de
sua jornada, de tocar seus sentimentos sem receio de que eles não sejam bons.
Aliás, não existem apenas coisas boas na vida, mas quando se
consegue resolver dos mais simples aos mais difíceis dos “problemas” é como se
um ano novo se iniciasse para que você (e eu) pudesse escrever mais um ano que
deseja.
Penso que não existe um ano novo, existe um olhar novo sobre
o ano que virá. E, pelo menos para mim, 2016 já teve muitos anos dentro de um
só, repleto de mudanças. E que venha 2017! Ou muitos dos 2017 que cabem dentro
de 365 dias.
Que venha um ano novo a cada dia.
p.s: vou tirar férias do
blog por 30 dias. Também mereço descanso, rssss. Mas, existem mais de 200 textos nesse blog que
podem ser lidos por você, leitor(a), nesse mês de janeiro de 2017.
p.s1: quer aprimorar usa
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