Você acredita que seu discurso é colaborativo? Esse é um tema
que muitas pessoas gostam de opinar e poucas, de verdade, têm vontade de
debater.
Fala-se muito em processos colaborativos, como se as pessoas
caminhassem para uma vida coletiva de trocas mais justas, de trabalhar em
conjunto para um mundo melhor. Isso é muito positivo porque, de fato, parece
que o zeitgeist do século XXI tem
sido a busca constante por aprimorar o convívio entre as pessoas.
Mas, quanto de colaboração há no seu discurso? Existe uma diferença
muito grande em desejar um mundo melhor e cooperar para que ele realmente isso
aconteça. Existem comportamentos que permitem criar um “mundo mais
bacana” como separar o lixo, participar de trabalhos voluntários. No entanto,
nada afeta tão imediatamente as pessoas como aquilo que é dito. E reparar no que se
diz pode parecer um exercício atribuído ao outro (fulano disse tal coisa,
ciclano falou aquilo), mas quanto de responsabilidade se atribui àquilo que se
fala?
Tem sido cada vez mais comum as pessoas falarem palavras
bonitas, como as mensagens postadas nas redes sociais. No entanto, a “prova
real” se seu discurso é colaborativo ocorre naqueles momentos em que as
situações exigem o vigiar do seu comportamento. Você fala mal de seu colega de
trabalho? Detona o colega por trás? Você observa a maldade em pequenos atos de
um amigo(a), primo(a), namorado(a)? É provocativo? Se defende mesmo antes de ouvir o que o outro
tem a dizer?
No íntimo, cada um sabe quando poderia ter tornado as
palavras mais suaves, ter entendido que o convívio (aquele para tornar um mundo
melhor) exige, acima de tudo, tirar da frente aqueles sentimentos ruins e pequenos
(e às vezes caprichosos) para compreender o outro. Pense quantas vezes você
entrou no processo colaborativo, de verdade, para deixar aflorar o senso de
comunidade e verbalizou o desejo de ajudar, participar, contribuir!
Talvez seja hora de começar a olhar para seu discurso e refletir
quão colaborativo você é! Quanto você tira seus caprichos da frente para tornar
a vida mais fácil em coletividade? Quanto você permite que os outros expressem
seus desejos? Quanto você observa suas provocações (e motivos que levam a fazer
a provocação)?
Para se ter um mundo realmente, melhor, e colaborativo,
pode-se começar por aquilo que se diz. Porque se não for útil, guarde para
você. Como dizia o ditado, muito ajuda quem não atrapalha!
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