Compartilhar e dar muitas
risadas é daquelas coisas na vida que fazem nos sentir especialmente vivos. É
como se ganhássemos um presente ao final do dia. Faz com que toda a tensão e os
“problemas” desapareçam.
E quanto mais alegria compartilhamos, mais felizes ficamos. Por
isso, (e talvez, especificamente por isso), atribuímos a felicidade a estar com
alguém. Estar com amigos, estar com a família, namorada, conversar com uma colega.
Mas, e quando não há imediatamente alguém por perto (para compartilhar as alegrias) é impossível ser feliz sozinho?
Fazer companhia estando em sua própria companhia pode ser
extremamente divertido quando não olhamos para essa opção como uma falta de
opção, mas uma escolha. Valorizar a nossa companhia (quer dizer, você a sua e
eu a minha) é uma daquelas situações consideradas até mesmo raras nos dias de
hoje, em que é quase impossível de não sermos acionados de hora em hora, com
tantas possibilidades de comunicação. Basta ficar três horas sem olhar para o
Whats que a quantidade de mensagens parece não ter fim.
Então, enquanto não olhamos novamente para o celular,
proponho a nós (eu e você) a olhar para as alegrias que carregamos em nosso
coração. Como pode ser verdadeiramente gratificante simplesmente estar feliz
com ou sem motivo por poder dedicar esse tempo a si mesmo, sem aquela ansiedade
de “tenho que contar a uma amiga”. Existe um deleite tão grande em compartilhar
segredinhos somente para si, como um sorvete tomado fora de hora, uma nota de
cinquenta reais encontrada por acaso ou um postal que recebeu de uma amiga.
(Vou abrir um parênteses aqui: tenho uma amiga que me envia postais. Fico muito
feliz de olhar para aquele postal sozinha, pois esse é um momento meu, agora
compartilhado com você).
Talvez a felicidade de estar em sua própria companhia permita
que entendamos até mesmo a valorização da vida, como um sopro de nossa essência,
perpetuada em pequenos fragmentos de felicidade ou na abundância de amor e
alegria que podemos ter por nós mesmos.
E isso pode parecer egoísta ou egocêntrico e até mesmo coisa
de pessoas reclusas demais. Nada disso. Estar consigo é um daqueles momentos
internos que nos permitem ser livres, sem a expectativa de que alguém concorde
ou reprove nossos hábitos, jeitos, pensamentos, como se fosse possível voltar a
um casulo mesmo já tendo virado borboleta.
E esse pode ser um dos encontros mais legais da vida, afinal
a companhia já é garantida.
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