Quando Martin Luther King fez seu discurso em Washington,
enfatizando “I have a dream”, criou uma mensagem que seria eternizada. Talvez
as gerações mais recentes não se lembrem, mas Luther King se tornou um símbolo
na luta pela paz, numa época de conflitos políticos, interesses díspares e
preconceito à flor da pele.
Décadas depois e com muito mais tecnologia, a busca pelos
direitos de homens, mulheres e crianças pode ser expressa por qualquer um.
Todos são Luther King. A busca por direitos de igualdade está na timeline das redes sociais de muitos e a
sensação é de que há uma tentativa de tornar um mundo melhor.
Pelo menos nas redes sociais. Mas, e fora dela?
Levantar bandeiras se tornou um senso comum na atualidade.
Não que as pessoas não devam fazer, pelo contrário. Quanto mais ativistas
lutando por causas reais, mais chances de se realmente ter um mundo melhor.
Mas, esse é um assunto que merece atenção e um pouco mais de profundidade.
Quem não gostaria de viver num mundo melhor, repleto de paz,
seria um tolo. No entanto, a força da mudança expressa em bandeiras só faz
sentido quando, realmente, a intenção vira uma ação. Não estou dizendo que quem
levanta bandeiras não tem a intenção de mudança. Nada disso.
No entanto, como diz o ditado “de boas intenções, o inferno
está cheio.” De fato, é preciso abraçar as causas, não no sentido de lutar a
todo custo, de chegar a ferir alguém para defender uma causa. Não é com a
violência e agressão que se chega a sensação de igualdade, não é mesmo?
Mas, é preciso sim ir além do discurso. Se você veste a
bandeira contra a homofobia, transmita em seu comportamento diário o sentimento
de igualdade. Se você defende o direito dos negros, seja um exemplo da
inclusão.
Mais do que isso, buscar uma bandeira é acima de tudo, fazer
uma reflexão sobre si mesmo. Você pode lutar pelo direito dos animais, mas como
tem lidado com seus vizinhos? Você pratica o julgamento para aqueles que estão
ao seu lado, mas defende o direito das mulheres de terem mais tempo de licença
maternidade? A paz não é um caminho
unilateral. A paz não está em uma única causa. Como diria Gandhi “não há
caminho para a paz, a paz é o caminho.” E, então, quando se abraça uma causa é
hora de olhar o caminho que se traça para sua paz. Mas, acima de tudo, é hora
de olhar para si e se perguntar: “o que devo mudar em mim para ajudar a tornar
um mundo melhor?”
Buscar um mundo melhor não deve ser expresso apenas em bandeiras.
Um mundo melhor não é mais um sonho, como dizia Luther King. É uma possibilidade
real que deve começar por uma avaliação sobre nós mesmos.
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