Um dos temas mais debatidos na atualidade é a felicidade. O que é a felicidade, no entanto?
Eu poderia encher uma página dessas só com “coisas” que me
fazem feliz. Tenho quase certeza que não são todos os leitores que concordariam
com meu conceito de felicidade.
Mas, para provocar um pouquinho (rssss), um dos conceitos de
felicidade de que mais gosto e que, pelo menos para mim, traz muita
tranquilidade ao coração, é quando chego em casa e consigo escrever antes de
fazer qualquer outra coisa, como, por exemplo, lavar a louça. É minha pílula de
felicidade incondicional. Assim como nadar na piscina em um horário que não
tenha ninguém e poder sentir a imensidão das águas.
Entendi, com o tempo, que felicidade são pequenos momentos
que, se você se distrair um pouco da sua rotina, são capazes de trazer sensações
incríveis e inexplicáveis. Tomar um sorvete, vestindo terno e gravata, pode
traduzir uma sensação de felicidade. Achar dinheiro no bolso da calça pode
traduzir felicidade. Ganhar folga quando se estaria de plantão pode traduzir
felicidade. Ganhar um abraço quentinho pode ser uma felicidade e tanto. Olhar-se
no espelho e perceber que perdeu uns quilinhos pode ser o melhor presente dos
últimos anos.
Mas, felicidade é algo subjetivo. Só não é intransferível porque é possível sim contagiar alguém (ou mais pessoas) com sua felicidade. Uma
das coisas mais bonitas que percebo ao tentar conceituar felicidade é que,
quando é verdadeira (não as fotos que vemos no Facebook, rsssss) permite elevar
o pensamento a outro nível, como se fosse possível flutuar. É um êxtase tão
grande que nada pode tirar essa sensação por minutos, dias, meses e até anos.
Pensando bem, não seria essa felicidade algo meio egoísta? Só se está feliz
quando algo aconteceu em benefício próprio? Não existe felicidade quando algo
de bom acontece a outras pessoas? Você não fica feliz quando pessoas encontram
soluções (ou respostas simples) para as suas vidas?
Certa vez, assisti a uma história de uma senhora que passou
sua vida arrecadando comida para outras pessoas. Quando questionada por que ela
tinha feito isso, ela disse: “não existe nada mais compensador do que a
felicidade alheia”.
Não existe mesmo.
Porém, no fluxo da vida, essa parece ser uma daquelas inferências que um ser
humano faz em determinado momento, toca-lhe o coração e depois esquece. É como
se a felicidade pela felicidade alheia durasse apenas alguns momentos. Um
registro que passa, sem ficar efetivamente gravado.
Trago a felicidade como tema do post de hoje porque, no final
do ano, esse é sempre um tema debatido entre as pessoas e quase obrigatório pois,
afinal, o mês de dezembro tende a trazer mais momentos felizes. Só pelo fato de
se ter mais confraternizações, as chances de felicidade aumentam.
No entanto, é de se espantar como a demonstração de
felicidade pela felicidade dos outros não segue o mesmo ritmo quando as
atenções não são atribuídas a nós mesmos. Pelo contrário, parece haver um
movimento de competição entre as pessoas que lutam pelo seu espaço de
felicidade na Terra (antes elas não almejavam apenas um lugar no céu?), como se
fosse impossível colaborar com a felicidade alheia.
Não estou dizendo que as pessoas não têm um pingo de
compaixão e amor no coração, que não possam ficar, em alguns momentos, felizes
com as felicidades dos outros. Mas, seja honesto, demonstrar felicidade pela
felicidade alheia é um ato muito mais raro de encontrar do que ficar feliz pela
sua felicidade.
O tema é tão instigante, que não passou despercebido pelo
Papa Francisco. Disse o pontífice (uns dizem que foi num discurso, enquanto outros
atribuem a uma oração que ele teria escrito): “as pessoas invejam mesmo é o
sorriso fácil, a luz própria, a felicidade simples e sincera e a paz interior.”
Observe que ele disse
a felicidade simples. Não disse: “as pessoas invejam o iate (ou qualquer outro
bem material) que você vai comprar com suas economias”. E por que há a inveja? Porque,
em tese, a inveja é aquilo que se almeja o que o outro possui. É uma sensação
de querer ter algo porque alguém o tem e em teoria você não. E, na prática, é
um sentimento que todos nós (me incluo nisso) deveríamos observar melhor.
Digo que a inveja é aquele momento em que deixamos de nos
sentir agradecidos por tudo o que se temos e passarmos a achar que o que os
outros têm é infinitamente melhor ou maior. Particularmente, acredito que é uma
pobreza de espírito não considerar como “dádiva” tudo aquilo que cada um de nós
construiu até aqui. Então, em tese, você deveria estar feliz com suas
conquistas, ainda que não tenha sido exatamente como tenha sonhado. Em outras
palavras, se sentir gratificado, em vez de querer algo mais.
Que tal tentar trabalhar seu pensamento para enxergar beleza
na felicidade alheia? Não seria um belo exercício (e meta) para 2015?
Mahatma Gandhi dizia que “não existe um caminho para a
felicidade. A felicidade é o caminho.”
Lembre-se de que quem faz seu caminho é você!
2 comentários:
Alloyse: você foi muito feliz na abordagem deste tema. Para deleite e felicidade de seus leitores - como eu. E gentes, fica a dica: os cursos da DNA Comunicativo também são imperdíveis.
Oi, Reinaldo.
Muito obrigada.
Fico muito feliz com sua felicidade! :)
Grande abraço!
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