Que quase todo mundo deseja um “mundo melhor”, isso é óbvio. Mas, o que seria o “mundo melhor” para a maioria? Existe uma tendência a explorar o mundo com uma visão mais positiva e otimista, proporcionada por pequenas ou grandes mudanças.
Nunca antes na história da humanidade (sempre quis escrever
isso, rsssss), ouviu-se falar tanto de processos colaborativos efetivamente
sendo colocados em prática. As pessoas estão mais participativas, é um fato.
Dividir e compartilhar parecem ser as regras do novo mundo. O Zeitgeist dos últimos anos (ou até mesmo
da última década) é o reflexo de uma geração (a Y, em especial) que quebrou
regras e paradigmas sobre o trabalho e trouxe reflexões mais profundas a
respeito do dinheiro, tempo e as visões de sociedade. Ela funciona como uma
grande questionadora dos “deve ser assim?” e impulsionadora de novas
metodologias, atitudes e, principalmente, a noção de que tudo é possível. Claro
que nem todos veem isso como virtudes, mas enfim, deixe os problemas da geração
Y para outro dia. Foquemos o processo colaborativo.
Também faz parte do processo colaborativo da atualidade a
preocupação com o meio ambiente, o cuidado com os animais (ou a falta dele), a preocupação com o envelhecimento da
população, demonstrações mais reais sobre espiritualidade (ou uma religião –
como queira entender) e também a busca pela verdade. As pessoas estão buscando
mais facilmente os seus direitos e estão fazendo garantir (ou pelo menos
tentando) se sentirem cidadãos, efetivamente.
Olha que mundo bonito! É o que você vive? Não, né? Isso
porque entre o dizer e o fazer há uma diferença muito grande. Levantar
bandeiras, em especial nas redes sociais, pode trazer algum benefício para a
sociedade. Pode. No entanto, de pouco adianta levantar bandeiras em prol dos
animais no Facebook se você não fecha a torneira na hora de escovar os dentes.
Quer dizer, na prática, de um lado você defende a natureza, mas a consome, sem
piedade, de outro. Você quer viver em um mundo mais colaborativo, mas não
conhece seus vizinhos? Pois, então. Por que não bate na porta deles?
É que desde que o mundo é mundo (também sempre quis falar
isso, rsssss), “o dizer” está vinculado a uma imagem de quem fala, muitas vezes
diminuindo as atribuições de seus deveres, uma vez que já foram verbalizados.
Em outras palavras: faça o que eu digo, não faça o que eu faço.
É uma ilusão muito grande (e eu peço que me desculpe pela
franqueza) pensar que o mundo vai melhorar porque você deseja que ele seja melhor.
O fato de desejar, por si só, já traz uma alegria interior, eu concordo. Mas, você
acha mesmo que, por gratidão ao seu desejo de um mundo melhor, a mãe Terra vai
lhe dar toda a água do mundo, se você a continuar gastando, sem nenhum cuidado?
E aí, só mesmo quando seu coração for tocado por essas
questões é que sua verbalização vai deixar de ser apenas palavras ditas ao
vento. Esses dias, um monge, ao comentar sobre os avanços tecnológicos, disse
uma frase que achei maravilhosa: “a humanidade evoluiu muito com a mente e se
esqueceu de evoluir com o coração.”
Faz todo o sentido essa análise dele. Pois, afinal, todo
mundo sabe que não se deve gastar água (poderia ser qualquer outra situação, a
água é apenas ilustrativa), mas, por que efetivamente não se faz economia com
esse recurso já tão pouco abundante?
Para encerrar, trago uma velha frase de Mahatma Gandhi que,
infelizmente, é também pouco utilizada: “que nós sejamos a mudança que
desejamos no mundo.”
Será que estamos fazendo a nossa parte? Que tal parar de
falar e fazer, de verdade, um mundo melhor?
5 comentários:
Alloyse: então, mãos à obra. Nem que seja uma mãozinha pra fechar a torneira na hora de escovar os dentes, né?
Exatamente!
Adoro seus textos...Parabéns!
Adoro seus textos...Parabéns!
Obrigada, querida. Volte sempre! :)
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