Imagine-se na seguinte cena: em um longo campo de trigo, você
caminha com uma enxada em mãos. Vestindo roupas sobrepostas feitas de algodão e
linho, percebe que começar a chover. Distante de casa lembra-se de que deixou
as crianças brincando com objetos feitos de pano. Você não tem como avisá-las.
Corre contra a chuva por mais de vinte minutos, perdendo o fôlego e preocupado(a)
com o que pode ter acontecido a elas. Os trovões, junto à tempestade, trazem-lhe
uma angústia ainda maior. O ano é 1645. Não há comunicação e não há o que se
possa fazer, além de correr.
Uma cena que traz aflição a qualquer pessoa. Se a situação fosse
na atualidade você até poderia sair correndo, mas com certeza usaria o celular
para estabelecer uma comunicação mais rápida.
Assim como o telefone móvel, todas as demais plataformas de
comunicação são benefícios que ajudam a aproximar pessoas e estabelecer uma
comunicação mais urgente. Seria incrível se a comunicação, em pleno século XXI,
não angustiasse tanto quanto correr contra uma tempestade em 1645.
Mas, a enxurrada de informações que se vive hoje parece inundar o cérebro até
dos mais famintos por novidades. O autor Richard Wurman afirmou, em um dos seus
livros que “uma edição do The New York Times em um dia da semana contém mais
informação do que o comum dos mortais poderia receber durante toda a vida na
Inglaterra do século XVII”. Essa pode ser uma explicação para que você, seus
parentes, amigos e vizinhos parecem se sentir sufocados com as inúmeras
plataformas de comunicação e a velocidade com que as informações aparecem.
Como lidar com tudo isso, então?
Administrar o que é realmente importante é o primeiro passo
para separar as informações necessárias das tentações que pipocam de todos os
cantos, em forma de “novidades”. Você precisa mesmo abrir o Facebook antes de
abrir seus olhos na cama, assim que acorda? É necessário ler os e-mails
enquanto toma o café? Estabelecer uma ordem para o fluxo de informações é como coloca-las
em gavetinhas. Elas vão estar lá, mas você deve “pegá-las” somente quando for
necessário.
Por isso, “o importante” é o quesito mais relevante a ser
destacado na “seleção natural das informações”. E disciplina é palavra de ordem
para auxiliar nesse processo.
Escreva em uma folha (à mão ou digite na sua agenda) como
será a sua semana. Feito isso, separe (na agenda mesmo) um tempo, todos os
dias, para acessar o Facebook (e escreva quanto tempo você irá passar nesta
rede social); estabeleça o tempo e os dias da semana para ver o Linkedin (e
participar de grupos, se esse for seu propósito); tire momentos do dia para
interagir no Whatsapp e, de nenhuma maneira, faça seu trabalho acessando esse
aplicativo (ou qualquer outro). Assim como essas redes, as demais também
precisam “constar na agenda”. Chato, né? Mas, não se engane! De outra forma, as
redes sociais parecem muito mais tentadoras do que você imagina. E aí, seu dia,
simplesmente, se foi e você não desenvolveu seu trabalho.
Alguns aplicativos ajudam nessa missão: eles “travam” suas
redes sociais durante um período estabelecido por você mesmo (veja exemplos no
rodapé).
Outra maneira de sair da enxurrada de informações é desligar
o celular. É evidente que essa plataforma é fundamental para seu trabalho e sua
vida. Mas, seja honesto! Você precisa mesmo deixar o celular ligado durante
aquela reunião? Ou o dia todo no trabalho? Estabelecer alguns horários em que não
se utilizará o celular também auxilia no processo de “limpeza de informações”.
Fica mais fácil de trabalhar quando o telefone móvel não lhe desfoca naquilo
que estava concentrado. Se for urgente, a sua família poderá ligar no telefone
da empresa a qual trabalha.
No entanto, se sua vida financeira depende do telefone é
possível direcionar a chamada para centrais que funcionam como verdadeiras “secretárias”.
Elas anotam quem ligou e passam o recado, por torpedo, para quem as contratou.
As empresas de telefonia móvel também oferecem serviços para “administração das
chamadas”. Basta acessar sua operadora e investigar qual é o melhor serviço
para você ou sua empresa. Assim como desligar as notificações dos celulares (toda vez que receber torpedo, e-mail ou whatsapp) ajuda a não desviar do trabalho.
É preciso também delimitar o tempo para as conferências ou
ligações via SKYPE/HANGOUT. Não é porque essas ferramentas oferecem planos
gratuitos que você vai “arrastar” o assunto. Faça uma lista do que precisa ser
conversado nessas “reuniões”. Apresente-se e seja gentil com seu interlocutor.
No entanto, se foque à lista de assuntos e traga seu “parceiro(a)” de conversa
de volta ao foco toda vez que dispersar.
E, por último (apesar de parecer que deveria ter sido o
primeiro tópico) separe, para o final do dia, as leituras de tudo aquilo que
quer ver na internet. Quando você chega em casa já está cansado. Portanto, é
nesse momento que seu cérebro, intuitivamente, irá escolher o que mais lhe
agrada.
Ufa! Com esses passos simples é possível fazer tudo o que é
preciso e ainda não se “atrochar” de novidades que,
honestamente, talvez não fizessem tanta diferença no seu dia.
Pensando bem, correr contra uma chuva por vinte minutos não
deve ser tão ruim assim. Difícil mesmo (pelo menos me parece) é separar o joio do trigo. Não é mesmo?
Curiosidades:
Serviços de atendimento ao telefone:
http://www.atendemos.com.br/site/index.php
Serviços que bloqueiam distrações:
Serviços de atendimento ao telefone:
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Serviços que bloqueiam distrações:
O tempo que o brasileiro
passa na internet: