Uma
vez, uma pessoa disse durante um churrasco: nossa, não existe nada mais chato
do que se sentir “esquisito” perto de alguém. O que é esquisito para você?,
perguntei. O rapaz, então, disse: “quando a gente não fica à vontade. Quando
sabe que vai rolar uma alfinetada, uma comparação ou uma ‘diminuída’.”
Diminuída é sinônimo de depreciar?, perguntei. E, então, a
pessoa disse: “é, isso aí!” Diz o ditado que palavra de bêbado é pensamento de sóbrio!
Volta
e meia, a depreciação é um dos temas que aparecem aqui nesse blog. E não é à
toa. As pessoas estão muito cansadas das relações difíceis que têm encontrado,
quase que diariamente. Seja no trabalho ou em casa, com familiares ou amigos, é
um fato que (por experiência própria e por ouvir as pessoas reclamarem) as
relações pessoais têm passado por testes de fogo.
E, hoje, vou me ater ao ponto de vista do meu amigo bêbado: por
que é que as pessoas não se sentem à vontade quando estão na presença de alguém?
Realmente, quando não se é recebido de uma maneira harmoniosa. Mas, esse
argumento é tão subjetivo que uma pessoa que “deprecia a outra” é capaz de entender
esse argumento de maneira equivocada e dizer: “realmente, não sou recebido com
harmonia”, sem ao menos pensar se não é o contrário o que ocorre. Por isso, é
preciso explorar um pouco mais a fundo o assunto.
Particularmente, entendo que estar ao lado de alguém que você
conhece ou não, não deveria produzir, exatamente, uma sensação. Deveria ser um
ato comum, entre pessoas, como uma cordialidade, sem preocupações, sem uma
resposta imediata, afinal, como é possível tirar conclusões sobre alguém sem
conversar um certo tempo com essa pessoa?
Mas, sabe-se que, mesmo conversando bastante com uma pessoa
(ou que essa pessoa seja próxima), é também possível que se leve uma alfinetada
ou indireta. A depreciação é, infelizmente, mais comum do que se gostaria ou
deveria ocorrer. Então, focando-se em
argumentos mais reais e palpáveis, diria assim: é preciso avaliar como você se
sente perto de algumas pessoas!
Um dos diagnósticos mais razoáveis para avaliar se suas
relações são nocivas ou não é perceber se: 1) você se sente à vontade com essas
pessoas que te dão alfinetadas? Tem gente que diz assim: “ah, eu tô brincando,
não posso brincar com você?” Particularmente, não gosto de brincadeiras de
pessoas que precisam me colocar para baixo por qualquer motivo. Mas, vai de
cada um. 2) Você sente qualquer mal-estar
por estar perto de algumas pessoas?
Mas, você precisa passar por isso? Tem que estar ao lado de
quem deprecia você ou que lhe causa qualquer mal-estar?
Filosofando um pouco a respeito das relações, acredito que
qualquer relacionamento pautado por conveniência (ou porque é parente ou chefe
ou amigo de longa data) está fadado ao fim. Sabe por quê? Ninguém tem tempo
mais a perder com gente chata. Com pessoas que não acrescentam sentimentos
positivos ou que não trazem amor verdadeiro. Claro que não se tem amor verdadeiro
o tempo todo. Mas, o respeito existe. E, se você demonstra que só se relaciona
com os outros de maneira respeitosa e defende o seu direito de ser respeitado, é
bem provável que as relações nocivas tendem a desaparecer.
Isso porque, quando se corta o barato de quem te desrespeita,
você, inevitavelmente, será atacado. Porque o ataque é o argumento de quem
manipula com o intuito de depreciar. Quem deprecia é porque sente a necessidade
de diminuir os argumentos dos outros para que se sinta mais importante. O
ataque surge de tudo quando é lado: pode ser sobre sua vida afetiva, sexual,
financeira ou profissional. Pode ser uma viagem que você faça. Não importa! O
depreciador sempre vai ter um argumento para jogar contra. E ainda, quando você
começar a pôr limites no depreciador, por entender que você não quer mais esse
tipo de relacionamento nocivo, o depreciador irá jogar você contra os demais.
Se unirá, pelas costas, com outras pessoas que também buscam a depreciação (em
vez da compreensão) e vai dizer que você está louco, que está intolerante com
as brincadeiras, que você não aceita críticas!
Não se preocupe com isso e não dê bolas! Sabe por quê? Quem
deprecia você já fez isso com outras pessoas e é evidente que outras pessoas
também percebem esse comportamento. E
mais, acredito honestamente que todo depreciador merece limites! E se você não
coloca limites, o depreciador irá repetir e repetir e repetir a depreciação,
lhe dando novas chances para que se coloque o limite.
E aí, há duas chances quando se coloca o limite: de que o
depreciador se envergonhe, em algum momento, do que está fazendo. E que,
talvez, até se pergunte por que faz isso. Ou irá jogar contra você a vida toda,
porque não consegue aceitar que você também tem felicidades e alegrias e que
merece amor como os demais.
Mas, como não se sabe o que o depreciador irá fazer, é seu
direito usar a comunicação a seu favor: expresse sua insatisfação com quem lhe
faz mal. E mais, expresse, a si mesmo o direito de ter relações mais saudáveis,
com pessoas que irão lhe acolher verdadeiramente quando precisar, sem
julgamentos!
Como disse o meu amigo bêbado: “eu não gosto de gente que não
me deixa à vontade”! Concordo, cordialmente, com ele!
2 comentários:
Obrigado Alloyse: recuperou um pouco minha autoestima. E olha que eu nem bebo mais.
Kkkkkkkk. Só você, Reinaldo! ;)
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