No último post do ano, pensei em vários temas para dividir
com vocês. Aí imaginei uma listinha com os melhores desejos que tenho aos leitores. E, depois de
gastar um pouco de fosfato pensei: já sei, vou falar sobre uma lista especial!
Quando um novo ano começa é comum as pessoas fazerem listas
com desejos materiais ou palpáveis: um carro novo, um novo emprego, um namorado
amável, a viagem dos sonhos. Claro, quem não quer? Quem não quer ser o mais
novo milionário de 2014? Quem não quer tirar um ano de férias? Quem não desejaria
não ter que se preocupar com a conta bancária? Seria maravilhoso, não?
Mas, como sei que milagres não acontecem assim, da noite para
o dia - quantos milionários se encontram pelas ruas? Quantas pessoas estão felizes
com seu relacionamento? – pensei em falar sobre uma lista mais prática que pode
ajudar a tornar 2014 um ano mais bacana e também comunicativo!
É claro que desejo que 2014 seja um ano bacana, mas o que tem
que ser bacana mesmo é a maneira como se olha para os desafios. E, para isso,
não adianta fugir: é preciso olhar para quem se é e o que desejaria mudar em
você. Sabe por quê? Porque acredito que quando se olha para quem é, permite-se
superar as dificuldades e os mais enraizados dos hábitos, que podem, inclusive, atrapalhar os sonhos. Que tal, então, fazer uma lista de comportamentos e atitudes
que você mudaria em si mesmo? Ah, que chata essa brincadeira, né? Mas, ela é
necessária.
Ser comunicadora é como o muro das lamentações: as pessoas
chegam para você e dizem que querem melhorar a comunicação com os funcionários.
Mas, acreditam, cegamente, que os problemas são os funcionários e não quem está
falando. Que tal
todos começarem a perceber a maneira como se comunicam? Ou então, tem gente que
quer melhorar a Oratória sem tentar vencer a timidez. Ou quer ser assertivo sem
deixar de assumir a responsabilidade sobre aquilo que se fala. Não é possível,
desculpa ser franca, mas isso não vai acontecer sem que avance um pouco sobre
suas próprias dificuldades.
E, é por isso mesmo
que eu insisto: desejo que em 2014 você vença tudo aquilo que acredita que
precisa melhorar em si e para isso sugiro uma listinha especial. Pode ser sua relação com a família, com o dinheiro,
com as pessoas, com sua Oratória, enfim, aí vai de você. Mas, por que uma
listinha, você vai me perguntar? Porque, em geral, é muito fácil apontar os
erros dos outros, sem olhar para aquilo que se faz. É pouco provável que se vá
encontrar alguém, até mesmo entre os entes queridos, falando assim: “nossa,
gostaria tanto de mudar essa minha avareza! Quem pode me ajudar?”. Isso não
existe. O que existe é que as pessoas tendem a achar que não têm coisas a
resolver consigo mesmo. Como disse Sartre: “O inferno são os outros.” E aí,
ficam apontando os erros dos outros, sem entender que o que lhe impede de
crescer são os seus próprios medos. Brinco com os mais chegados que tenho uma listinha “best wishes” com coisas que gostaria de melhorar que não vai dar tempo de falar mal de ninguém em 2014.
Rssssss.
Olhar para si, sem receio, é como comunicar o melhor de você
para você mesmo! Não está feliz contigo? Não gosta da sua avareza? Proponha-se
a um trabalho voluntário. Não gosta da sua timidez, proponha-se a começar uma
reunião na empresa. Você acha que todo mundo passa por cima de você? Comece a se
posicionar. Tudo pode melhorar. Mas, sem esse exercício, corre-se o risco de
entrar ano e sair ano sem entender o que você pode dar de melhor para você e
para os outros. Quem não se percebe, se investiga, corre o risco de fazer outras
coisas: além de falar mal do outro (porque não consegue se superar), pode tentar
controlar a vida dos outros.
Dou muita risada quando vejo as pessoas falando coisas do
gênero: “olha, eu sei o que é melhor para você”. Se ninguém lhe disse isso, vou
dizer: não, você não sabe! Tentar administrar a vida dos outros e impor formas
de pensar, agir, vestir ou comer ou de administrar qualquer coisa é a
comprovação de que não está se olhando com carinho. Não é possível que você não
tenha coisas mais urgentes a resolver do que tentar fazer com que todo mundo
faça o que você faz. Toda vez que fizer isso, sugiro que volte para a sua
listinha e se ocupe
com as suas dificuldades. Nada de ficar brincando com a listinha dos outros.
Coisa feia!
Quando alguém lhe pede ajuda, você oferece o que está ao seu
alcance, mas não imponha maneiras de se viver. Esse foi o maior aprendizado da
minha vida. Lembro-me quando era jovenzinha, tipo uns 20 anos, eu me maquiava
maravilhosamente bem. E queria que minha irmã mais nova também gostasse de
maquiagem (leia-se: tentava controlar a vida dela). Toda vez que ela saía, eu
queria maquiá-la com sombras, rímel e tudo aquilo que eu podia mostrar que eu
sabia! Ela é bióloga e não gosta muito de maquiagem. Demorou para eu entender
que impunha a ela um “modus operandi” que era meu. Se eu soubesse da listinha,
teria pedido para o ano 2000 que eu fosse mais segura e parasse de tentar
agradar tanto as pessoas com uma maquiagem impactante.
É claro que os anos mudam e os desejos da lista vão mudando também. Aliás,
a palavra mudança cai muito bem para encerrar esse assunto e para começar 2014.
Não lembro onde foi que li algo assim: “vivemos infelizes por medo de mudança”.
E, então, o que você mudaria em você?
0 comentários:
Postar um comentário