Ensinar é mesmo uma arte. Quem nunca teve um professor que lhe
marcou a vida ou simplesmente disse algo que iria mudar sua carreira? Pois é.
Essa troca em sala de aula é maravilhosa! Quem é professor sabe que ensinar não
é simplesmente transmitir conhecimentos. É uma ação que envolve ouvir,
absorver, falar e trocar. Os professores aprendem muito (pelo menos, eu) quando
conseguem entender as dúvidas de seus alunos. Cada pergunta é um desafio para,
não apenas melhorar seu conteúdo, mas também enxergar novas possibilidades de
cursos ou novas ferramentas de aprendizagem.
E sabe aquele instante em que estão todos juntos, na sala de
aula, trocando ideias? Ele está diminuindo ou sendo substituído pelo ensino à
distância. Não há nenhum mal nisso! Com a expansão das universidades e com a
agilidade de se criar cursos novos, a cada ano que passa, tem se tornado
inviável para as universidades manterem campi em cada cidade. Não apenas pelo
custo da estrutura física de ensino, mas também pela administração e contratação
de professores. E as universidades perceberam que seria melhor estender o
ensino para outras cidades de maneira mais eficiente. Além da questão do valor,
existem lugares tão remotos no país que instituições de ensino jamais pensariam
em se instalar, devido às dificuldades de acesso. O ensino à distância também
vem preencher essa lacuna.
Diante de tudo isso, foi que o E-learning tornou-se uma
vantagem. Segundo o Censo de Educação Superior, o ensino à distância cresceu
571% no Brasil, apenas entre os anos de 2004 e 2006. E se tornou um mercado tão
especializado que já é possível encontrar cursos de graduação, pós e até
mestrados realizados à distância.
Essas são as vantagens para o ensino à distância. Não
necessariamente representam vantagens também para os professores. A principal
reclamação que ouço, ao treinar professores para adaptarem a linguagem para as
vídeoaulas, é que justamente não há, na maioria dos casos, o que os professores
chamam de “troca com o aluno”. Aliás, existem algumas dificuldades ao se fazer
a adaptação das salas de aula para o ensino à distância: primeiramente, muda-se
o cenário! Em vez de salas de aula, os professores ganham um novo ambiente, os
estúdios. O aluno é representado por uma câmera ou teleprompter, e o plano de
aula passa a se chamar roteiro. É bastante novidade para quem estava acostumado
a chegar a uma sala, com livros embaixo do braço e um vínculo já estabelecido
com o aluno. Como se faz a troca com o aluno via internet? – me perguntam!
Há séculos, ensinar é mesmo um desafio! E, nos novos tempos,
um dos principais obstáculos tem sido adaptar-se à Era Digital. Sinto muito
dizer, mas não vai dar para escapar, professor. Aliás, é possível fazer essa
adaptação da linguagem acadêmica para a do ensino à distância, de maneira
tranquila. Vou listar alguns passos que podem ajudar:
Primeiro, entenda que existe um novo conceito de ensino. E
que você terá que fazer suas explanações para uma câmera ou duas ou até mais.
Mas, não fuja do seu foco de ensino, que são as câmeras. Olhe para elas com
firmeza e tranquilidade.
Depois, entenda que mesmo que você possa ficar nervoso, o que
é comum, com o tempo irá se adaptar melhor. Sei que parece paradoxal o que vou lhe
dizer, mas quanto mais relaxado estiver diante desse novo mundo, mais
facilmente será a sua adaptação ao ensino à distância. Sabe por quê?
Esse é o terceiro ponto. Se você ficar relaxado diante de uma
câmera, não fará alteração de voz, nem de postura e nem terá vontade de sair
correndo. Você já deve ter assistido alguma vídeoaula (ou vídeo do Youtube), em
que o professor fala tão rápido que quase não dá para entender o que diz,
certo? Ou quase não pisca e nem respira direito? Essas são algumas
demonstrações de nervosismo. Respire fundo antes de entrar em um estúdio de
gravação, relaxe a aproveite para entender como funciona esse tipo de ensino,
sem preconceitos ou medos. Apenas sinta que está em uma nova condição de
trabalho.
O quarto ponto é observar a maneira como você está se “comunicando”
na sua aula. O ensino à distância não permite que o professor tenha tanta
liberdade ao falar. É preciso “editar” aquilo que se fala como quem escolhe
melhor suas palavras ao dizer algo. Por isso é que o ensino à distância não
permite vícios de linguagem, como o “entende” ou pausas grandes na fala, que
são possíveis em sala de aula. Não pense que se muda a linguagem, assim no
botão automático, apenas porque se passou da sala de aula para um estúdio. É preciso treino. Então, treine sua videoaula
antes de gravá-la. Primeiro, crie uma aula comum e grave-se. Você vai perceber
que há várias sobras. Então, dentro desse seu pré-roteiro, elimine o que não é
interessante e regrave a aula, agora com os cortes. Isso é uma edição da sua
própria aula! É possível se gravar até mesmo com aquelas câmeras de celular ou
do próprio computador.
A gravação é uma simulação da situação real. Ao ver sua
imagem gravada, é possível fazer uma leitura geral de quem é você, como se
fosse um raio-x seu, por inteiro. Talvez você não goste de algumas coisas que
perceba em si. Não importa e não se apegue à imagem negativa. Perceba os pontos
que considera mais críticos para depois, então, ir eliminando o resto das
dificuldades.
E você vai me perguntar: o que eu faço com a falta de
interação com o aluno? Vou explicar! Existem dois tipos mais clássicos de
ensino à distância: as aulas que são gravadas e distribuídas em CDs, DVDs ou
arquivos pagos no Youtube ou ainda as aulas que são presenciais. No caso de
aulas gravadas, geralmente, as dúvidas dos alunos chegam por e-mail, claro,
depois dele ter assistido à aula. Uma dica é o professor fazer várias perguntas
ao longo da aula, como quem estivesse conversando com o aluno. Por exemplo:
então, aluno, o que você faria nesse caso? Faça uma pequena pausa e volte para
explicar o tema.
No caso de aulas presenciais, os professores não podem abrir
para tantas perguntas como em sala de aula porque, geralmente, existe um
cronograma de tempo a ser seguido. Portanto, quando estiver criando o roteiro
de sua aula, programe pequenas pausas para perguntas. Imagine quais são os
temas ou situações da aula que podem gerar dúvidas no aluno e programe alguns
minutos para responder a essas perguntas. E se não puder responder a todos, ao
mesmo tempo, diga que responderá por e-mail ou qualquer canal de comunicação
que tiver, posteriormente à aula.
O ensino à distância não é um bicho de sete cabeças, mas
confesso que é esquisito dar aula para uma câmera. A falta do calor humano, da
troca imediata com alguém contribuem ainda mais para tornar essa adaptação, às
vezes, chata.
Mas, não custa tentar. Já dizia o educador e filósofo
brasileiro, Paulo Freire: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
p.s: pessoal, as dicas
também valem para empresas que fazem tutoriais. No entanto, nem sempre os
tutoriais são gravados em estúdios. Por isso, para cada tutorial é preciso
analisar a situação, o cenário, o tipo de equipamento que será utilizado para
fazer a gravação para só depois programar a linguagem que será utilizada.
p.s1:
a DNA Comunicativo tem cursos para professores que querem fazer a adaptação
da linguagem da sala de aula para a videoaula. E há cursos para quem
quer aprender a adaptar sua linguagem também para tutoriais. Informações no
link:
p.s2:
abaixo, coloco algumas das principais empresas de ensino à distância do país:
A
Integração é considerada a maior empresa do país de ensino à distância. O site
é www.integracao.com.br
Outras
empresas de ensino à distância:
DTCOM:
O
CIEE tem um portal de ensino à distância:
Associação
Brasileira de Ensino à distância:
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