Se você não sabe que as
escadas de Hogwarts se movem, veja o trailer abaixo antes de ler o texto!
Digo sempre que a vida é como as escadas de Hogwarts, que se
movem em direções inusitadas. Você nunca sabe ao certo para onde se vai. No
entanto, o mais legal de se estar nas escadas que se movem é perceber que
existem várias pessoas que também estão indo na mesma direção que a sua.
Algumas optam, no entanto, por escadas que se movem em sentido contrário. E mesmo
aquelas que pareciam seguir na mesma direção que você, simplesmente não o
acompanham.
A metáfora das escadas de Hogwarts serve para dizer que o
inesperado em nossas vidas está lá, à espera de nossa reação (ou da ausência
dela) quando as escadas se movem. E, o mais bacana nesse instante, é observar como
as pessoas se comportam perante o inusitado.
Particularmente,
acredito que é numa situação inesperada que a comunicação mostra quem cada
pessoa é. A comunicação formal, do dia a dia de trabalho, ou aquela que se
exerce dentro de casa é conhecida e, portanto, não é feita com qualquer
esforço. Agora, diante do desconhecido, como você se comunica com o seu
interlocutor “inusitado”?
As
escadas também representam a saída da zona de conforto, que é quando algo novo
surge e obriga qualquer pessoa a repensar seus comportamentos. E é por causa
disso que trago o questionamento a partir das escadas de Hogwarts: quero lhe
tirar da sua zona de conforto!
Você
até pode me dizer: nossa, que chato! Não quero imaginar escadas que se movem!
Eu lhe digo: não, não fuja! É importante, por alguns instantes, se imaginar
fora de um contexto real.
Eu
brinco que realidade é aquilo que se vê e não o que acontece de verdade. Portanto,
o que importa é que, até o final do texto, as escadas se movem e você vai estar
nela, sem saber para qual direção irá caminhar. O que lhe resta fazer?
Esperar
que a escada lhe leve para algum canto até que você possa passar de um andar
para o outro. Mas, aí a obrigação lhe levou a isso, certo? Perceba que quando
qualquer pessoa é obrigada a fazer algo diferente, ela o faz! Afinal, não tem
escolha.
E
por que é que não se dá chance para o desconhecido, a não ser quando se é
obrigado? E é aí que eu digo que as pessoas passam a se conhecer melhor: quando
precisam se comunicar de uma maneira diferente! E, no andar da carruagem (ou
melhor, enquanto as escadas não param de se mexer), é possível perceber que há
outras pessoas que estão na mesma situação que a sua. E, se a escada nunca mais
parar de se mexer, você não vai conversar com ninguém que esteja nela? Claro
que vai! Como os seres humanos não vivem sem comunicação, começa-se a conversar
com quem está mais perto, principalmente em situações desconfortáveis.
Mas,
volto a questionar: você só conversa com o desconhecido quando está na sua zona
de “desconforto”? Portanto, agora que você já está bastante desconfortável,
gostaria de lhe perguntar mais uma coisa: como você olha alguém que não
conhece? Como um inimigo?
Os
outros são apenas os outros. Não melhores nem piores! Ainda que muitos possam
se sentir melhores que você, continuam sendo apenas “os outros”. Você não pode
se responsabilizar pelo sentimento que o outro tem por você, mas pode se
responsabilizar por aquilo que sente pelo outro. Portanto, gostaria de lhe
propor um exercício (quando você sair das escadas de Hogwarts), que é o de
observar as pessoas e tentar entender quem são, sem pré-julgamentos. E até
conversar com elas.
O desconhecido é alguém que, mesmo que fale
mal de você ou que não lhe aprecie em um primeiro momento, simplesmente não
sabe como lidar com você! Não é simplesmente não gostar de você. Claro, talvez
nunca vá gostar! Mas, apenas por isso, você não trocaria meia dúzia de palavras
com um desconhecido?
Perceba
como, na maioria das vezes, a comunicação pode ser altamente seletiva e
preconceituosa. Muita gente nem tenta falar com alguma pessoa porque não se “enquadra
nos seus padrões”. Mas, quantas
oportunidades essa pessoa pode lhe trazer para a vida? Oportunidades não só de
trabalho, mas também de uma futura amizade ou trocas de qualquer ordem. Isso é
o que chamo de ter responsabilidade sobre o sentimento pelo outro. Você não
sabe ainda o que vai sentir. E nunca saberá se não tentar. Preciso avisar: nem
sempre essas tentativas dão certo. Não se preocupe! Outras pessoas farão essa
conexão consigo!
Cada
vez mais tenho tentado observar as pessoas a partir do ponto de vista do que
elas podem me trazer de bom. De ruim, todo mundo pode dar alguma contribuição. Inclusive,
eu! Isso é fato! Mas, e de bom?
Digo
sempre que conheço inúmeras pessoas espalhadas pelo mundo e que não são, assim,
irmãos camaradas. Mas que, dentro do seu melhor, me trouxeram muito
conhecimento, oportunidades de trabalho, momentos únicos de alegria e trocas
justas, às vezes, em uma única conversa. E sou eternamente grata a essas
pessoas! Por que é que eu tenho que considerá-las como desconhecidas? Só por
que não as trouxe para dentro de casa ou não são meus amigos de infância?
Então,
dentro daquele exercício que foi proposto há pouco, sobre tentar conversar com
o desconhecido, lhe pergunto: quem não é igual a você, é contra você?
Considero
que quem não é igual a mim, simplesmente não é igual a mim. As pessoas apenas
estão em uma escada diferente da minha. Mas, na minha escada, ninguém passa
despercebido, porque quem não é igual a mim deve ser alguém tão legal quanto
eu! Rsssss.
Ah,
mais uma coisinha. Sua escada parou de se mexer! O que você vai fazer agora?
p.s:
para quem não conhece, Hogwarts é a escola da magia e bruxaria do encantador
mundo de Harry Potter. E, nela, claro, as escadas se movem!
p.s: Senhoras e senhores, Harry Potter!!!
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