Você
conhece esse símbolo?
Essa
é a língua do Rock! E ela virou marca registrada de um dos estilos musicais
preferidos em todo mundo. Mas, antes de chegarmos até ele, vou contar uma
historinha.
Quando
Chuck Berry subia aos palcos com sua guitarra envenenada, não imaginava que
estivesse mudando o rumo da história da música. Jhonny B. Goode não foi a primeira canção de Rock que se tem
notícias. Mas, é até hoje, um clássico entre os roqueiros. Chuck Berry tinha um
estilo ousado para a época e, acima de tudo, uma linguagem própria para cantar:
ele não só cantava, mas dançava junto com sua guitarra e mostrava que, diante
daquele ritmo hipnótico, era impossível ficar parado.
Dizem
os mais entendidos que o Rock foi criado pelos negros, na década de 50, nos
Estados Unidos. Não só Chuck, mas Little Richard, Ike Turner teriam sido os
pioneiros neste ritmo, utilizando uma mistura de Blues tradicional, Rithythm
& Blues e Jazz. Depois, os brancos, como Johnny Cash e Roy Orbison
acrescentaram umas doses extras de peso às suas guitarras - Jerry Lee Lewis, ao seu
piano - fazendo surgir um novo gênero musical: o Rockabilly.
Chuck,
assim como Cash e os demais rapazes levados da década de 50, inspiraram muita
gente. Principalmente, um moço incrivelmente lindo e com uma voz poderosa.
Elvis era tudo o que os jovens da década de 50 queriam: a provocação em pessoa!
Rebolando a cada estrofe e com uma certa agressividade sedutora – era
praticamente o Marlon Brando da música – Elvis era a voz da liberdade. Let´s Rock, dizia o moço:
Muitos
quiseram imitá-lo, mas Elvis é único! E único em várias coisas: ele era sexy e
ao mesmo tempo era o rapaz comportado que lutava pela nação americana. Era ousado e romântico! Os amigos roqueiros
reconheciam: como Elvis não há igual! Era o Deus do Olimpo, da voz, do gingado, do Rock.
Outro
que levou - e tem levado - o rock no rebolado é Mick Jagger e sua turminha do mal. Jagger não é assim um Elvis, mas, não há como negar: os Stones abusam da
sedução para mostrar o melhor do rock n' roll. Com uma linguagem completamente
despojada, eles não deixam ninguém parado. Os Stones começaram com a influência forte do Blues americano e deram
um “tom” mais “caliente” para o Rock com a junção: voz adstringente + guitarras gritantes + rebolado. Deu certo! Quem não queria passar a noite
com Jagger?
Mais
comportados que os Stones, The Beatles surgiram na mesma época que seus
concorrentes e foram um divisor de águas na literatura do Rock. No começo eles
cantavam de terno, letras mais românticas, com pinta de bons moços. Mas, aos
poucos, os rapazes de Liverpool foram dominando o Rock e inauguraram uma nova
Era nesse estilo musical. Foram os primeiros a lançar moda com seus cabelos
mais compridos; a gerar uma multidão de fãs; a criar músicas que viraram hinos;
inventaram o vídeo clipe e levaram o Rock para o cinema...
...foram
também os primeiros a testar outros estilos e acrescentá-los ao Rock. Foram parar no
Oriente e experimentaram outros gêneros musicais. Fizeram parcerias com
Ravi Shankar, e quem diria, o Rock ganhou temperos indianos! Isso é que é falar
várias línguas ao mesmo tempo!
Pode-se
dizer que depois da separação dos Beatles, no começo da década de 70, muita
coisa mudou no mundo. Lennon preferiu Yoko e um estilo de vida próprio
influenciado, e influenciando, as pessoas da sua época. Lennon era a própria ideologia
do “faça amor, não faça guerra”, o grito de sua geração. Os anos 60 já tinham
sido uma efervescência: a revolução sexual que surgiu com a invenção da pílula,
os movimentos liberalistas femininos; a busca pela liberdade e a
vontade de mudar o mundo. The Doors eram um exemplo disso.
E,
então, os 70 foram a conquista de todos esses movimentos: a liberdade demonstrada
através da música e das drogas! Era um tapa na cara da sociedade hipócrita,
machista e cruel. O lance era viajar e curtir o barato e foi aí que o Psicodelismo
surgiu com força entre os músicos e os mais descolados, como Zappa e Pink Floyd.
As drogas e a o Rock
sempre foram parceiros, afinal, a tradução do Rock o é a combinação de rebeldia
com ousadia, apesar de muitas letras falarem de amor. Quando as drogas chegaram com força no Rock, portanto, só intensificaram esse
desejo.
Mas
teve gente que nunca mais voltou da sua viagem, como Jimi Hendrix e Janis
Joplin. Enquanto o mundo vivia em guerra, o Rock também estava tendo perdas significativas.
E quando o gênero musical parecia ter perdido um pouco da sua linguagem, com muitas
misturas, muitas loucuras e escândalos, um outro Rock surge.
Bowie lançou moda,
literalmente, ao subir aos palcos todo andrógeno, maquiado, como uma
personagem. O rapaz inglês com um olho de cada cor, tinha a seu favor mais do
que a esquisitice: letras incríveis cantadas em uma voz inigualável.
Quando Bowie
cantou “Ziggy played guitar”, estava inaugurando
a fase Glam do Rock, que iria influenciar outros grupos na década de 80, como o
Queen. Nesta fase, o Rock era bastante democrático e ninguém era de ninguém. Todo mundo
podia entrar na festinha de Bowie. Iggy Pop que o diga! Bowie cantou e produziu
discos de muita gente talentosa e namorou muita gente talentosa também e fez
do Rock Glam uma festa sem horário para acabar.
Mas, aí, Satã baixou na
festa e disse: agora a boca é minha!
Muita gente diz que Jimmy Page e Robert Plant foram os primeiros a lançar o estilo Heavy Metal. Mas, quem levou a fama e deitou na cama foi Black Sabbath, de Ozzy Osbourne. O Sabbath, podemos dizer, não era assim um grupo formado por lords ingleses: Ozzy já chegou a morder morcegos vivos no palco. A linguagem do príncipe das trevas era meio que uma mistura de som pesado, com muitas drogas, comportamentos compulsivos e extravagantes. Ah, e uma voz de cair o queixo, que nem condiz com a imagem feia de Ozzy.
E o pessoal cabeludo, alguns com vozes de demônio, conquistaram fãs no mundo tudo. Deep Purple, Iron Maiden, Metallica, AC/DC, Kiss, frequentaram os mesmos bares que Ozzy e caíram nas mesmas sarjetas. Performáticos e maciços, os metaleiros levam suas guitarras ao extremo, criando um som Powerful.
Muita gente diz que Jimmy Page e Robert Plant foram os primeiros a lançar o estilo Heavy Metal. Mas, quem levou a fama e deitou na cama foi Black Sabbath, de Ozzy Osbourne. O Sabbath, podemos dizer, não era assim um grupo formado por lords ingleses: Ozzy já chegou a morder morcegos vivos no palco. A linguagem do príncipe das trevas era meio que uma mistura de som pesado, com muitas drogas, comportamentos compulsivos e extravagantes. Ah, e uma voz de cair o queixo, que nem condiz com a imagem feia de Ozzy.
E o pessoal cabeludo, alguns com vozes de demônio, conquistaram fãs no mundo tudo. Deep Purple, Iron Maiden, Metallica, AC/DC, Kiss, frequentaram os mesmos bares que Ozzy e caíram nas mesmas sarjetas. Performáticos e maciços, os metaleiros levam suas guitarras ao extremo, criando um som Powerful.
Também
poderoso é o movimento criado através da linguagem punk. Sid Vicious, assim
como Ozzy, era um cara pouco simpático. Transgressor da cabeça aos pés, Sid e
os Sex Pistols, levavam a sério o tema “não estou nem aí para
você, governo”. Não só Pistols, como The Clash e Ramones também levantavam essa bandeira. Anarquistas
e revolucionários, eles customizavam as próprias roupas e faziam o mesmo com a
música, criando uma linguagem própria ao cantar.
Nessa
altura do campeonato, na festa do Rock já existiam muitos estilos diferentes.
As descendências eram tantas, que é impossível enumerar quem foi
influenciando quem! Só se sabe que o Rock virou uma grande mistura, sem uma linguagem única: Glam
conversou com Heavy Metal, Heavy Metal cruzou com Blues, Blues com Folk, Folk com Pop, e o Pop
com todo mundo. E aí, os movimentos não pararam mais de pipocar! Foi uma tal de a releitura da releitura da releitura. Hoje, o legal é cantar o que o outro
estava cantando, mas a sua maneira.
E é tanta gente nesta festa que fica difícil dizer quem marcou época. Alguns
nomes sempre aparecem nas listas das revistas especializadas, como todos os que foram citados até aqui, além The Smiths, The Cure, Guns n Roses, R.E.M, Radiohead, Oasis, Faith
no More, Red Hot Chilli Pepers, Smashing Punpikings, The White Stripes, Belle
& Sebastian. Ufa!
São as línguas do Rock. Eu gosto de dizer que a língua do Rock é representada pela língua dos Stones. Qual amante deste gênero nunca a desenhou em um caderninho, com uma caneta bic, no segundo grau?
O
Rock é mesmo uma delícia. É impossível ficar parado ao ouvir We will Rock You, por exemplo. E nem de mostrar a língua em uma música bem legal. Afinal, gente, it´s only rock n' roll, but I like it.
p.s: dedico esse post a
minha sobrinha, que é uma roqueira nata.
p.s1: Roqueiros de plantão,
dois recados para vocês: 1) esse post não tem a intenção de contar a história
do Rock de maneira cronológica. A intenção era mostrar, através de algumas
bandas, que a linguagem do Rock se modifica ao longo do tempo. Por isso, 2) várias
bandas foram deixadas de fora. Eu sei, por exemplo, que tem gente que prefere
Megadeth a Metallica. Aí vão me perguntar: por que não colocou Rush? Lou Reed e Bob Dylan? Mas, não dá para colocar todo mundo, né?
1 comentários:
Adorei!!!! Vey muito bom o conteudo. Bÿ: Rockeira Slip Caroline
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