Se formos olhar
no dicionário o conceito de protestar, algumas das explicações que vamos
encontrar são: reclamar, levantar-se
contra alguma coisa!
Eu
acredito que protestar é uma das maneiras de fazer valer o nosso direito de se expressar.
É quando utilizamos a língua para demonstrar os nossos sentimentos, independentemente
da língua que falamos! O protesto, mesmo solitário, traduz um pensamento
coletivo de algo que nos incomoda e que alguém teve coragem de ir lá e dizer.
Por
isso, penso que essa é um das ações mais humanas que temos. O protesto não é um
ato bobo de se opor a tudo e a todos. O nome disso é chatice! Quando unimos
nossas forças em prol de um bem maior, de um direito a ser adquirido, de uma
barreira a ser quebrada, criamos uma voz coletiva que nos move para aquilo que
precisamos mudar! Então, protestamos.
Vários
protestos ficaram famosos no mundo por conta da ideologia por trás desses atos.
Quem não se lembra do jovem que conseguiu parar vários tanques de guerra na Praça
da Paz Celestial, em Pequim, na China? Desarmado e sozinho, ele peitou a
repressão chinesa colocando em risco a sua própria vida. E deu voz a um
pensamento coletivo de basta ao Partido Comunista, demasiadamente violento e
opressivo, na época.
Uma cena que impressiona até hoje! Com um ato
simples, esse jovem foi o pontapé inicial da mudança de rumo de uma China que
se viu obrigada a repensar o seu próprio sistema.
Mais
de vinte anos depois, o mundo continua assistindo a uma onda de protestos por
quase tudo! Pela economia, inclusive:
Apesar das inúmeras cenas de horror que vemos
todos os dias nos noticiários em manifestações, é também uma verdade que o
mundo tem sido mais pacífico com as ideologias e as diferenças. Existem também
alguns protestos que são bem menos violentos do que esse ou que chegam até a
serem engraçados. Até porque, qualquer governo hoje sabe que pega mal você
dominar estudantes, professores, funcionários públicos, profissionais liberais,
à base da força.
E
quanto mais nos sentimos livres para nos expressarmos, mais protestamos! Coisas que antes não faziam o menor
sentido ou desejos que não podíamos falar, hoje podem se ditos, sem medo. Quer
um exemplo? Na década de 80, você protestaria pacificamente pelo direito de usar a bicicleta
ou pediria uma ciclofaixa?
Eu acredito, realmente, que o mundo hoje está
mais aberto aos novos conceitos e permite que as pessoas digam o que pensam. As
redes sociais demonstram esse movimento. Mas, vamos ver isso na prática: o
nosso país, por exemplo, tem as maiores Paradas Gay do mundo - que é sempre uma festa divertida e colorida - e tem
também os maiores movimentos religiosos que unem milhões de pessoas em atos de
fé! Que coisa mais linda que é a liberdade de expressão!
Protestar,
portanto, é uma maneira de dizer: eu defendo uma causa e ela é importante para
mim e eu estou dizendo isso agora. Então, mostre ao mundo aquilo que você
acredita, que te faz diferença! Mas, não proteste à toa. Minha sugestão é: não
seja um rebelde sem causa e nem jogue palavras ao vento. A revolta gera revolta, então, proteste sim,
mas com sabedoria.
O
meu protesto é contra a falta de consciência. Assim como muitos, também estou
em busca, constante, da minha. Mas, fico chocada ao ver que pessoas ainda
utilizam o seu discurso para ferir, desmerecer, humilhar, se sobressair. Estamos
em pleno século XXI, se não tivermos consciência de quem somos, o que queremos,
o que buscamos e, principalmente das nossas falhas, não podemos protestar. Afinal,
estaremos lutando pelo o que, se nem nos conhecemos? Você não vai mudar o mundo se não se mudar primeiro!
Com
muita maturidade e um mar de consciência, Ongs e instituições de todo mundo
estão dizendo: chega! Não precisamos mais aceitar o que nos parece errado! Então,
assim como eles, proteste!
p.s: Ao longo da história da humanidade, o homem
utilizou as artes para traduzir conceitos e idéias, inclusive aquelas que
geravam incômodo. Assim como o teatro, o cinema tem sido, até hoje, um
porta-voz dos sentimentos humanos.
Existe uma infinidade de filmes que falam sobre o preconceito contra
negros, índios, sistemas políticos abomináveis, tiranias e sobre o desejo de
mudança. Eu poderia citar vários filmes, mas tem um, em especial que marcou
uma geração inteira. Hair é um protesto do começo ao fim. Mas a última cena traduz o desabafo das pessoas que não aguentavam mais a Guerra do Vietnã. Bom demais!
p.s1: um dos protestos que ficaram famosos, este ano, foi a da menina Isadora Faber, de apenas 13 anos. Ela criou uma página no Facebook para protestar contra as más condições estruturais do prédio onde ela estudava e também sobre o ensino.
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